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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dívida Pública Interna Vs. Externa

O motivo da crise da União Monetária se centrar na dívida externa deve-se ao facto de grande parte dessa dívida pertencer ao sector privado externo, e isso ser um factor com consequências desastrosas caso haja incumprimento ou reestruturação da dívida, pois levará a uma descredibilização, durante longos anos do país.

É verdade que a elevada dívida pública é importante na crise dos países da Zona-Euro, mas a experiência da UE, sugere que por si só a dívida pública não explica tudo.

Numa União Monetária supor-se que a dívida pública não tem riscos é errado, pois os países desta união não têm como emitir moeda para pagar essa dívida, tendo de recorrer a outras políticas alternativas. Estes países podem aumentar a carga fiscal, gerando receita, e evitando o incumprimento no pagamento da dívida, e mantendo assim a credibilidade e a confiança dos mercados.

No entanto é óbvio que quando a dívida assume valores muito elevados, não se pode simplesmente aumentar impostos desmedidamente, pois é um completo roubo para os contribuintes.

No caso de a dívida estar na posse de residentes, ser interna, o governo pode aumentar impostos, aplicar taxa sobre quem possui obrigações, reduzindo assim o valor a pagar, ou gerando receita para pagar. O governo pode ainda aplicar taxas sobre os activos estrangeiros dos residentes.

Outra vantagem evidente da dívida pública interna é o facto dos juros resultantes dessas obrigações não irem para o exterior, como na dívida externa, mantendo o dinheiro no país e o poder de compra.

Desvantagem da dívida pública é que a decisão do Governo de falhar internamente, é bastante impopular, pois quem vota é a população residente, e iriam castigar os governos por estas medidas impopulares. Outra desvantagem é a dívida interna ser insuficiente para cobrir a oferta.

No caso de a dívida estar na posse de elementos estrangeiros, os governos deixam de ter alternativas, pois não lhes podem aplicar impostos. Como os países precisam sempre do investimento do estrangeiro, precisam de manter a credibilidade de cumprimento para que lhes possam satisfazer sempre que necessitem as necessidades, a taxas de juro baixas, representando a confiança dos mercados no país.

É principalmente por estas alternativas no pagamento da dívida pública, e pelos contras sociais, que, quanto a mim, a dívida externa é o verdadeiro factor da crise nos países da União Monetária.

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