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"Our loyalties must transend our race, our tribe, our class, and our nation; and this means we must develop a world perspective." - Martin Luther King Jr.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Sobre o OE2012

Ontem o nosso Primeiro Ministro, Pedro Passos Coelho, veio a público falar dando-nos a conhecer alguns dos pontos mais importantes para o OE2012. Eu, pessoalmente, fiquei aterrorizado quando ouvi a história dos subsídios! Julgo que a administração pública devia passar por um processo de avaliação intenso e posterior reestruturação, e não um corte cego e que vem colidir com o Estado Social. Fico sem saber é se mais vale receber 999€ mensais se 1000€...

Mas hoje qual não é o meu espanto quando vejo que António José Seguro vem criticar "pintelhices" como o IVA do leite achocolatado, e a comunicação social dá a esse assunto uma atenção brutal, quando a situação é a que se vive! (O PM já veio desmentir, dizendo que o IVA do leite achocolatado não vai subir)
Sobre os escalões do IVA, há uma coisa que me deixa indignado, como pode a água engarrafada subir para a taxa máxima do IVA? A água canalizada é potável? Não é prejudicial à saúde? Água não se nega a ninguém...

 Saiu também hoje a notícia da auditoria do tribunal de contas ao Hospitais com estatuto de entidade empresarial, onde se soube que os aumentos nos salários de membros da administração em 2009 subiram 20% em relação ao ano anterior, o que deu 14,4milhões de Euros, para 198 membros... Por momentos de desgoverno como este, e pelo esquecimento do anterior executivo no momento de começar a avaliar os gestores hospitalares, é que a seguinte frase do PM faz sentido: "As medidas que constam, são minhas, mas o défice que as obriga, não é meu". Em consciência que será responsável pelas repercussões futuras das mesmas.

A TSU, alvo de imensa polémica já não vai ser reduzida, em compensação o horário de trabalho será alargado em 2h30min. semanais, e o sector privado poderá adoptar as medidas de cortes nos subsídios em casos de encerramento iminente. Mas nem tudo são rosas para as empresas privadas, o governo vai aplicar um imposto especial a empresas com lucros superiores a 10Milhões de Euros, que agravará em aproximadamente 5% o actual valor pago.

Mas nem tudo são más notícias, a partir do próximo ano o Ministro das Finanças vai passar a ser o responsável pela admissão de pessoal nas Regiões Autónomas, uma segurança para os do continente...

Estas são medidas duras, mas essenciais, pois, no próximo ano os juros da dívida vão aumentar e Portugal terá que pagar um total de 820 milhões de euros.

11 comentários:

  1. Então e quais são as medidas no âmbito da estratégia nacional para o crescimento económico?

    A maioria das medidas deste governo são medidas impostas pelo exterior com objectivo final de pagar aos credores..coisa que podemos concordar ou discordar. O essencial e o que de facto é, ou seria importante, era criar condições para que a nossa economia se desenvolva e se torne forte, ou pelo menos estruturada.
    Vivemos uma crise imposta por mercados financeiros que retiraram o poder às nações sobre a moeda. É relevante salientar que em termos históricos nunca antes os países se viram privados do controlo monetário. As instituições supra nacionais é que retêm esse poder o que por si só é ridículo, porque nenhuma democracia escolheu isto, foi nos imposto. Por quem?

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  2. Julgo que o aumento no horário de trabalho, baixando os custos do trabalho, foram uma óptima medida em substituição da descida da TSU, atraindo o Investimento externo. Julgo também que o adiamento da subida da electricidade é um voto para as empresas poderem aumentar a sua produção.

    A questão dos cortes dos subsídios, apesar de eu achar um pouco abusivo para com a função pública, julgo que no privado é uma óptima alternativa a um despedimento, só que esse corte no privado deve ser regulado e carente de aceitação.

    É óbvio que as economias da zona euro nunca se viram sem controlo monetário, porém a medida da baixa dos custos do trabalho julgo ser uma medida que compensa esse controlo pois compete com as restantes economias.

    Julgo que nós não temos alternativa face a situação que enfrentamos, e que apesar de achar que estas medidas poderão não ser sustentáveis no futuro, dependendo da resposta das empresas e dos mercados, devemos ter esperança que a União Europeia, se torne numa real União e nos dê condições para sobrevivermos.

    Mas acha que não devíamos ter entrado no Euro?

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  3. Olhando para o que está a acontecer hoje,é fácil uma pessoa pensar que não devíamos ter entrado no Euro. No entanto nao podemos ver a questão apenas desta perspectiva. O facto de não existir uma real União, que não nos dá condições para sobrevivermos contribui efectivamente para isso.

    O que é que meia hora de trabalho a mais influencia positivamente a economia? Estas medidas na minha opinião não criam crescimento económico porque os fundamentos de uma economia saudável continuam a não ser respeitados em Portugal. Continuamos com um sistema fiscal deficiente e contraditório e continuamos sem capacidade de produção.

    O que significa para ti o FMI? Quais as instituições que constituem este mesmo fundo?

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  4. Mas o orçamento é virado para o crescimento económico, pois o crescimento económico só existirá quando houver acesso aos mercados de financiamento em condições, e Portugal só voltará a ter acesso aos mercados quando mostrar que é cumpridor e que isto que aconteceu foi apenas um pequeno contra-tempo.

    Se a meia hora influencia o custo de um factor produtivo, isto é, baixa o custo do factor trabalho, julgo que enquanto estudante de economia, se esta medida não for favorável, tudo o que eu estudo é posto em causa.

    Eu não entendi o porque da pergunta do FMI, visto o FMI ser uma espécie de seguro para o país, todos os países pagam anualmente uma quota, e em casos extremos pedem ajuda, em termos muito simples julgo não estar enganado, quanto às instituições que o constituem, não me vai dizer que são a JP Morgans e essas empresas que mandam nele e mandam no Mundo.

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  5. Mostrar que foi um contra-tempo a quem? A quem nos impôs esta situação? Um pequeno contra-tempo com 30 anos de políticas? Este pequeno contra-tempo nao é uma coisa nova!

    Quanto ao FMI, não me parece que seja bem assim. Acha então que o fundo é uma "instituição" democrática?

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  6. Daqui a pouco está-me a dizer que na ditadura estávamos bem... O nosso problema é que somos o país que somos no seio em que estamos inseridos.

    Como qualquer instituição não é perfeita, mas é democrática.

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  7. 1. Não gosto de ditaduras.
    2. Somos o mesmo país à 30 anos.
    3. Eu não discuto que o problema é sermos o país que somos, eu discuto é as políticas seguidas quer por um partido ou o outro.
    4. Claramente não sabes o que o FMI é e o que representa.

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  8. 1º Muito do que somos actualmente se deve aos anos de ditadura, bem mais do que o que aconteceu nestes últimos 37 anos
    2º Temos um grande problema nos nossos serviços devido aos acordos feitos com as colónias, que se tem vindo a reflectir cada vez mais
    3º O FMI visto segundo a óptica da teoria da conspiração não conheço não

    Apresente-me ideias de políticas alternativas, ou é daqueles que só criticam?

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  9. Em relação ao primeiro ponto concordo em parte, porque isso nao pode servir como justificação para continuarmos a governar mal o nosso país. Quanto ao segundo ponto não percebi muito bem o que queres dizer. Relativamente ao terceiro ponto, não estou a falar de nenhuma teoria da conspiração mas sim de constatação de factos. Como são eleitos os orgãos do FMI?, já que afirmaste tratar-se de um fundo democrático.


    Segundo aquilo que tu estudas no teu curso, concordas que o mais importante para que um país funcione é ter uma estratégia a longo prazo? eu não reconheço nenhuma da parte dos nossos governantes ou pelo menos nunca ouvi os nossos politicos debaterem isso.

    Em relação às medidas acredito que existem muitas possibilidades mas todas elas nos obrigariam a deixar de ser um país submisso. No nosso país existem muitos sectores que poderiam ser produtivos. Gostava de ser mais especifico mas isso obrigaria me a meter o meu nariz mais fundo na politiquice... Posso é desde ja garantir que existe muito a fazer, pelo menos, nos impostos. Pois como deves saber é um contra senso ter impostos com objectivos antagónicos. Existe uma politica de desincentivo à produtividade e isso a mim parece me ridículo. No sector dos impostos sobre os rendimentos, os escalões deviam ser reponderados e reestruturados, pois da forma como estão neste momento incentiva as pessoas a trabalharem menos pois esse trabalho não é recompensado. ou seja diminuir o grau de progressividade desse imposto seria benéfico para a nossa economia. Existe uma medida que me agrada particularmente mas de difícil implementação que se chama "Crédito Fiscal por Investimento". Existem muitas medidas NAO RECESSIVAS que seriam boas para a economia.

    Mas eu continuo a bater na mesma tecla, mais importante do que falarmos de medidas, deviamos era discutir estratégias para o pais no longo prazo e depois sim as medidas que nos fizessem chegar ao objectivo nacional. Eu gostava que o governo se mostrasse menos submisso a toikas e ás heranças dos anteriores governos, é necessário um movimento de ruptura. (isto, claro está, na minha opinião)

    Gostava de um dia te ouvir falar deste ponto-
    Que estratégia seguir.

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  10. Claro que não pode servir como justificação, mas temos de perceber que isso nos trouxe limitações que ainda se denotam bem na nossa economia.
    No segundo ponto referia-me aos portugueses que vieram das colónias depois do 25 de Abril, que tiveram de ser colocados no mercado de trabalho e foram na sua maioria para o sector do serviço tivessem ou não competências, isso foi-se sucedendo até aos anos 90, e como todos sabemos, menor o grau de qualificação maior a probabilidade de erro, de corrupção de desleixo, etc., essas são coisas que se vão denotando ao longo dos anos na eficiência dos serviços públicos.

    Os orgaos do FMI são eleitos por indicação dos países membros do fundo, nós é que escolhemos quem escolhe, isso para mim é democracia. Ou então apenas os referendos seriam formas de expressar a democracia.

    Claro que o objectivo dos nossos políticos é curto prazo, temos metas traçadas que temos de cumprir, mas com certeza não vamos viver para sempre em recessão, e depois da tempestade vem a bonança,são em alturas como esta que se fazem os melhores negócios que aparecem as melhores oportunidades.

    O governo adiou a subida do preço da electricidade, o governo aumentou meia hora de trabalho diária, deverá dar a possibilidade de corte de subsídios de modo a garantir a sobrevivência de empresas e empregos.

    Como disse há uma medida que lhe agrada mas de difícil execução, não acha que na actual situação devemos apostar em medidas com provas dadas e não arriscarmos? Senão a TSU até faz sentido. Teoricamente faz bastante, pode é correr mal, já a diminuição do custo de trabalho não é tão arriscada e tem um óptimo efeito teórico, já prático depende da gestão de recursos humanos de cada um.

    Eu não concordo com a ruptura com as entidades internacionais, não somos nem seremos nada sozinhos, no mundo actual, globalizado e da informação o que estamos a viver tem de nos mudar como pessoas e trabalhadores, mas para isso temos metas.
    Depois da recessão vem o crescimento isso é certo, temos de aproveitar esse momento.

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  11. E se possível, gostava que se identificasse, quem fala assim, é alguém inteligente e não deve ter medo de dar a cara.

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