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"Our loyalties must transend our race, our tribe, our class, and our nation; and this means we must develop a world perspective." - Martin Luther King Jr.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Portugal, onde o movimento tem duas faces

Portugal é um país completamente assimétrico quando se compara litoral e interior. Focando ao nível da mobilidade, no litoral assistimos a vias com melhores condições do que as do interior, com mais faixas (compreensível), com mais alternativas e a preços mais baixos!

Dentro das alternativas temos, não só as alternativas rodoviárias, mas também os transportes públicos.
No litoral, nomeadamente em Lisboa e Porto, existe o Metropolitano, existe a carris, com os inúmeros autocarros que cobrem as várias zonas, existem os comboios urbanos e ficamos por aqui. Estes transportes têm um frequência de passagem muito elevada, têm qualidade, são rápidos e baratos! Os preços dos passes mensais para estes transportes rondam os 35€ para metro, carris e ligações urbanas da CP.

No interior, as vias de qualidade "superior" são taxadas a preços exorbitantes, e as alternativas não têm condições  nem de segurança nem são suficientemente eficientes para quem todos os dias se desloca entre concelhos para trabalhar, com os preços dos combustíveis a aumentar, os impostos inerentes aos veículos idem, os transportes públicos não constituem alternativa! Na grande maioria das localidades as carreiras passam de madrugada e ao fim do dia, e o preço do passe mensal mínimo ronda os 25€ para deslocações muito curtas e  ronda os 100€ para viagens mais longas (preços retirados do sítio na Internet da rodoviária do Tejo). Os comboios não são claramente alternativa, quer pela sua frequência quer pelo número de estações existentes.

Temos então um país a duas velocidades, de um lado as grandes metrópoles, com preços bastante acessíveis para os residentes que usufruem dos serviços públicos de transporte e vias de trânsito com qualidade e com fácil mobilidade entre centro e periferia, do outro lado temos um interior com preços de deslocação elevadíssimos, e sem alternativas para o trabalhador/empregador/estudante.

Hoje mais um golpe foi dado para os cidadãos residentes fora destes grandes centros, o preço do bilhete de metro aumentou, aquele bilhete que só os utilizadores ocasionais compram, aquele bilhete que as pessoas do interior compram quando vão a uma consulta de medicina especializada que só há na capital ou no Porto, aquele bilhete que os reformados e pensionistas compram para se deslocarem ao serviço de saúde, aqueles bilhetes para as pessoas que já sofrem de uma desvantagem em termos de mobilidade vão ficar mais caros!

Há pessoas que falam em justiça social, em Estado social mas esquecem a equidade e a justiça territorial. Portugal não é só mar!

PORTUGAL CONCORDIA!?!?

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