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"Our loyalties must transend our race, our tribe, our class, and our nation; and this means we must develop a world perspective." - Martin Luther King Jr.

sábado, 21 de janeiro de 2012

PR - Ponderação e Responsabilidade?

«É necessário um sobressalto cívico que faça despertar os portugueses para a necessidade de uma sociedade civil forte, dinâmica e, sobretudo, mais autónoma perante os poderes públicos» - 09-03-2011, discurso de tomada de posse para um segundo mandato em Belém do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.

Já que ninguém o fez, o nosso Presidente decidiu tomar a iniciativa.

As declarações eram desnecessárias. O PR pela experiência e ponderação que tem, devia ter medido aquilo que disse. Era óbvio que tais declarações não são socialmente aceitáveis e, para além de causarem desconforto na população, conduzem uma série de duras críticas.

A verdade é que Cavaco Silva possui duas reformas, uma da Caixa Geral de Aposentações e outra do Banco de Portugal, para as quais descontou durante a sua vida. Se alguém tenciona colocar em causa os valores das mesmas, não é por aí que desejo ir, isto porque cada um recebe (recebia) tendo em conta aquilo que descontou, e vive consoante as suas possibilidades.

Cavaco Silva só pode ser criticado, na minha opinião, numa situação, que é no caso de receber para além das suas reformas, as despesas de representação a que tem direito enquanto Presidente da República. A minha dúvida é: ao "abdicar" do vencimento enquanto PR, abdica automaticamente dessas ajudas?

Caso as continue a receber, o PR deve ser duramente criticado, pois acaba a receber mais cerca de 40 mil € anuais (podendo existir uma grande margem de erro neste cálculo), do que receberia caso tivesse "abdicado" das pensões para receber o vencimento enquanto PR. Acaba a prejudicar os cofres do Estado, a prejudicar Portugal e os portugueses, numa altura em que a solidariedade entre as classes mais altas deve estar mais presente, nomeadamente no Presidente da República.


Caso não as receba, as críticas só podem recair na revolta social contra o capitalismo, às quais já todos estamos habituados, e na sua promulgação de um OE2012, que corta em salários e pensões mais baixas que as suas, quando até ele se diz afectado por estes cortes que será de imaginar das famílias e pensionistas mais necessitados...

Haja ponderação e consciência, só assim teremos um rumo.

1 comentário:

  1. Pode fazer a ginástica argumentativa q pretender e tratar o assunto com a lenga lenga anti-marxista do costume, agora o essencial ficou por dizer: as pessoas estão revoltadas pela aldrabice e pela trafulhice, as pessoas estão fartas de serem governadas por membros de uma suposta elite (de direita ou esquerda) que é hiper competente a retirar os direitos à maioria e hiper competente a manter os seus. A questão central é esta, meu caro.

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